domingo, 17 de novembro de 2013

Tempo, tempo, tempo, mano velho


É de deixar os cabelos em pé saber que o que afasta as pessoas em pleno século 21 é a falta de tempo.
Em tempos que estamos tão avançados em tecnologia, onde possuímos redes sociais, celulares, entre outras formas de manter o contato vivo, a maior desculpa usada é a falta de tempo, a correria.
Quantos segundos levam pra escrever “oi como você está?” em uma sms? Quantos segundos levam pra mandar um inbox ou deixar um recadinho no face? Esse mesmo que você vive quase 100% do horário que você passa acordado conectado.
A coisa tomou uma proporção tão grande que qualquer coisa que você fale ou faça já sabe que a resposta será: “Pouts, ta corridão pra mim, to sem tempo”.
As pessoas se acomodaram tanto em usar isso como desculpa que nem percebem que isso já ficou manjado.
Ninguém passa 24 horas por dia, 7 dias por semana, 30 dias em um mês ocupado.
Arrumamos tempo para ir a baladas, arrumamos tempo para assistir televisão, arrumamos tempo para ficarmos na internet, mas não arrumamos tempo para ver os amigos, para procurar saber como eles estão.
Tudo bem que muitos de nós temos uma vida corrida, trabalho, faculdade, tcc, família, mas isso não justifica.
A verdade é que as pessoas estão ficando cada vez mais frias e egoístas, trocam valores e invertem prioridades, se esquecem de que ninguém vive só. Um dia o mundo dá voltas, e este que “mendigou sua atenção” poderá ter se cansado e quando você vier procurá-lo, este talvez esteja muito ocupado se preocupando com quem realmente se importa com ele e não terá tempo para você.


domingo, 23 de junho de 2013

A Alegria dos Guerreiros


Eu havia decido não escrever sobre a Copa das Confederações este ano no blog, mas depois do que eu vi hoje não teve como evitar.

Enquanto Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e outros ganharam salários milionários para jogar futebol, esses caras (foto) têm outras profissões como sua maior fonte de renda, pois se dependessem só do futebol não seriam capazes de se manterem.

O Taiti é um país de origem humilde e pouco conhecido, principalmente no futebol. Na verdade é uma ilha, a maior da Polinésia Francesa, localizada no Arquipélago das Ilhas da Sociedade.

Como o Taiti chegou à Copa das Confederações? Ele foi campeão da Copa das Nações da OFC, que desde 1973 só havia sido vencida pela Austrália e Nova-Zelândia.

A Seleção do Taiti chegou no Brasil sendo encarada como a zebra da Copa das Confederações e chegou a ser comparada ao íbis (famoso clube considerado o pior time do mundo). Mesmo com as brincadeiras não perdeu o rebolado e mostrou o que eles tem de melhor, o carisma.

Ao contrário das grandes seleções, o Taiti não se privou do contato com o público, sempre que possível tiraram fotos e deram autógrafos em todos os hotéis que estiveram hospedados. No jogo contra a Fúria, assim considerada a Seleção Espanhola, o Taiti doou ingressos para 15 crianças carentes da Favela da Maré (RJ), e ainda tomou café com elas no hotel.

O Taiti literalmente foi massacrado por todas as Seleções que enfrentou, primeiro a Nigéria que os derrotou por 6 x 1, depois a Espanha que foi a causadora da maior goleada de todas as edições da Copa das Confederações por fazer 10 x 0 e por último o Uruguai que os venceu por 8 x 0. No total foram 24 gols sofridos e apenas 1 marcado em 3 jogos.

Tristeza? Vergonha? Que nada, os Taitianos foram só sorrisos em sua despedida do Brasil hoje após a derrota da última rodada da primeira fase contra o Uruguai. Era nítida a alegria que eles sentiam por estarem competindo pela primeira vez em um campeonato oficial fora de seu continente. A alegria por terem tido a oportunidade de jogar com grandes jogadores.

Mal o juiz havia apitado o final do jogo de hoje e os Taitianos já trataram que retribuir o carinho que os torcedores brasileiros demonstraram desde que chegaram aqui. Eles que foram considerados os queridinhos dos torcedores, se despediram do nosso país com faixas de agradecimento e com inúmeras bandeiras do Brasil.

Pois é, foi de encher os olhos d’água quando vi as imagens. Enquanto muitos de nós dizia que eles só vieram aqui para passar vergonha, eles nos mostraram que a felicidade é encontrada nas pequenas coisas. Nem sempre o “topo” é o lugar mais bonito da escalada.

Parabéns Taiti!

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domingo, 5 de maio de 2013

Um ano sem você...

Como eu queria que hoje fosse um dia qualquer, apenas mais um 5 de maio como todos os outros.

Mas infelizmente esse é um dia destinado a ficar cravado em minha memória. Um dia que insisto em esquecer, porém a saudade sempre faz questão de lembrar.

5 de Maio de 2012, o dia em que você decidiu viajar e foi justo aquela viagem que só se pode obter  a passagem de ida.

Não sei o que foi mais difícil, a sua partida, ou os 2 meses de preparação para essa viagem, onde ficamos observando você se "preparar" lentamente a cada dia sobre uma cama de hospital.

Ah como foi triste, como doeu, como parecia que meu chão tivesse desaparecido. Até hoje sinto tudo o que eu senti naquele dia, dá um aperto no peito, um desespero, as lágrimas escorrem. É uma coisa simplesmente impossível de evitar.

Os dias são sempre vazios, sempre parece que está faltando algo. Os domingos, ah os domingos, eles nunca foram e nunca serão os mesmos. A Fórmula 1 que assistíamos de manhã nunca mais consegui acompanhar, os jogos de futebol a tarde que eu ia até sua casa para assistirmos juntos, demorei para voltar a assistí-los, hoje os assisto, mas sempre com o peito apertado, pois sempre falta você para comentar o jogo comigo. Tudo que fazíamos, hoje não é mais a mesma coisa, as lembranças batem a porta e com elas vem o aperto.

Me lembro nitidamente da última conversa que tivemos, aquela onde apenas eu falava e você me respondia com os olhos, piscando. "Vô, se você está feliz que a gente está aqui com o senhor dá uma piscadinha pra mim" E você deu. "Vô eu te amo, se você me ama também dá duas piscadinhas", e você deu as duas piscadinhas. 

Eu sei que um dia vamos nos reencontrar, afinal um dia também irei viajar para esse lugar que você está, mas até esse dia chegar estarei do lado de cá sentindo muito a sua falta.

Obrigada por ter me permitido passar 25 anos ao seu lado, tendo seus conselhos e seus bons exemplos. Ganhando suas broncas, seus carinhos e seus sorrisos doces. Obrigada por sempre ter me ajudado nos momentos que mais precisei. E obrigada por ter sido meu avô, meu amigo e mais um pai.

TE AMO!

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